A existência de pedras com capacidade de atrair metais foi descoberta por Tales de Mileto, no século VII a. C., segundo o filósofo grego Aristóteles. Mas foi no século I que os chineses inventaram a bússola, utilizando como matéria-prima uma colher que apontava para o Sul. Novecentos anos mais tarde essa colher foi substituída por uma folha de ferro e foi chamada de peixe-que-aponta-o-sul. Ganhou esse nome em razão da folha usada ser em forma de peixe. Os chineses magnetizavam a folha aquecendo-a até ficar incandescente e depois mergulhando-a na água. Em seguida colocavam a folha em um recipiente com água parada. A folha em forma de peixe, magnetizada, apontava a cauda para o Norte. Mais tarde, no século XI, trocaram a folha por uma agulha, suspensa por um fio de seda.
Por Demercino José Silva Júnior
A existência de pedras com capacidade de atrair metais foi descoberta por Tales de Mileto, no século VII a. C., segundo o filósofo grego Aristóteles. Mas foi no século I que os chineses inventaram a bússola, utilizando como matéria-prima uma colher que apontava para o Sul. Novecentos anos mais tarde essa colher foi substituída por uma folha de ferro e foi chamada de peixe-que-aponta-o-sul. Ganhou esse nome em razão da folha usada ser em forma de peixe. Os chineses magnetizavam a folha aquecendo-a até ficar incandescente e depois mergulhando-a na água. Em seguida colocavam a folha em um recipiente com água parada. A folha em forma de peixe, magnetizada, apontava a cauda para o Norte. Mais tarde, no século XI, trocaram a folha por uma agulha, suspensa por um fio de seda.
Por Demercino José Silva Júnior
Filme: A Bússula de ouro
A adaptação para o cinema da controvertida trilogia de um autor ateu causa alvoroço ecumênico; mas será que “matar Deus” é o verdadeiro perigo?
Para os que ainda não conhecem esse filme e todo o evento de mídia relacionado a ele, um comunicado distribuído à imprensa esclarece: “Baseado no best seller de Philip Pullman, A Bússola de Ouro conta a primeira história de sua trilogia Fronteiras do Universo (FDU). Esta excitante aventura de fantasia se passa num mundo alternativo povoado por ursos falantes vestidos com armaduras, feiticeiras, gípcios e dimons. No centro da história está Lyra, uma garota de 12 anos que começa tentando salvar um amigo e termina numa busca épica para tentar salvar não só o seu próprio mundo, mas o nosso também”.
Um
dos principais instrumentos usados por Lyra, a heroína da trilogia, é o
“Aletiômetro” (a “Bússola de Ouro”). Da mesma forma que um rabdoscópio
– ou varinha mágica – ou uma tábua Ouija, o mecanismo usa símbolos,
indicadores e a “força do pensamento” para adivinhar a verdade (em
grego, Alethéia) sobre uma determinada questão. Na foto: Lyra tentando
ler o “Aletiômetro”.
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Parece familiar? Crianças iluminadas (desprezadas ou excluídas pela
família ou pela sociedade) tropeçam num segredo por acaso, e são escolhidas para
salvar o mundo usando quaisquer meios permitidos por sua imaginação e sendo auxiliadas
por alguma forma de poder ancestral ou sobrenatural ou entidade espiritual. Essa
idéia está tão disseminada, que muitos a chamam de “
mito universal”. Entretanto, não importa qual
seja a época ou o local, o tema do jovem herói continua a fascinar o público e
a vender mais produtos que qualquer outra trama jamais concebida.
Então, por que tanto alvoroço por causa desse filme? Bem, para começo
de conversa,
como a página oficial na internet
informa, “no mundo da Bússola de Ouro, a
alma de uma
pessoa vive fora do corpo, sob a forma de um dimon, um espírito animal que acompanha
a pessoa por toda a vida”. Embora espíritos-guias na forma de animais sejam tão
universais e antigos quanto o próprio xamanismo, os livros de Pullman são talvez
os primeiros a popularizarem uma criatura como uma manifestação do espírito pessoal de alguém, e não
como
uma entidade “auxiliadora” independente (
como
uma fada, um elfo, um anjo ou um “mestre iluminado”). Também é notável o atrevimento
de chamar esses espíritos de “dimons”* (que é exatamente o que eles são, de
acordo com o entendimento bíblico a respeito do nosso mundo real). Fica claro
que esse “dispositivo literário” cheira a ocultismo.
Por essas e muitas outras razões, fica difícil engolir o alegado
ateísmo de Pullman
como
genuíno naturalismo humanista. Embora afirme que “esta vida é tudo o que temos”,
ele criou um “universo paralelo” pseudocientífico, baseado na teoria quântica e
na metafísica. Esses princípios idênticos formam a base do “conhecimento secreto”
das religiões esotéricas, refletidas em outras histórias pós-modernas, como a
trilogia Matrix e O Show de Truman, onde a “verdadeira realidade”
é encontrada através de um processo de rebelião contra a “autoridade”, renascimento
e autodescoberta.
O extremo desprezo que Pullman tem pelo Catolicismo não é nem disfarçado:
a hierarquia do mal estabelecida pela “Autoridade” da trilogia FDU (o eufemismo que a trilogia
usa
para se referir
a Deus) não é outra senão o “Magistério”. Não admira que a perversão do Evangelho
bíblico perpetrada por Roma e sua perseguição aos verdadeiros crentes tenham
destruído a fé de muitos ao longo dos séculos – inclusive, aparentemente, a esperança
de Pullman de obter a redenção. Os evangélicos bem informados conhecem muito
bem todo o mal perpetrado pelo Catolicismo em nome de Deus. Além disso, a perspectiva
de
Pullman também foi distorcida pelas torturas
e assassinatos cometidos em nome do Calvinismo. Por essa razão, não admira que
ele não consiga distinguir o Cristianismo bíblico das formas falsificadas que o
mundo vem adotando há muito tempo. É esse preconceito que forma o alicerce da FDU, no que talvez seja o mais poderoso
ataque para arrasar a percepção da próxima geração a respeito do Cristianismo.
A
editora de Pullman é a Scholastic, um vasto império da mídia que se
descreve como “o maior publicador e divulgador de livros infantis do
mundo”. Na foto: o prédio da Scholastic.
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Sem dúvida, as crianças ficarão encantadas com o filme e suas engenhocas
fascinantes, e assim serão atraídas para os romances de Pullman, exatamente
como aconteceu com as
crianças do Flautista de Hammelin. Um dos principais instrumentos usados por Lyra,
a heroína da trilogia, é o “Aletiômetro” (a “Bússola de Ouro”). Da mesma forma
que um rabdoscópio – ou varinha mágica – ou uma tábua Ouija, o mecanismo usa
símbolos, indicadores e a “força do pensamento” para adivinhar a verdade (em
grego, Alethéia) sobre uma determinada
questão. Uma extraordinária versão digital desse instrumento diverte os visitantes
que acessam a página oficial do filme na internet. Lá também existe um perfil
de personalidade composto de 20 perguntas que, depois de preenchido, anuncia
dramaticamente: “Seu dimon foi encontrado”. As crianças e outros visitantes são
convidados a se inscreverem numa comunidade online especial de onde podem baixar
ícones (avatares) representando seu dimon pessoal.
Parece que Pullman fez um grande esforço para inverter a Palavra
de Deus, torcendo paralelos bíblicos até transformá-los na verdadeira antítese
do relato bíblico. Como comenta um crítico: “A Luneta Âmbar (último livro da trilogia FDU) reformula o relato da Tentação e do Pecado Original, mostrando-os
como o início da verdadeira liberdade humana”. Mais uma vez, isso é xamanismo
revivido; muitas religiões ainda reverenciam a Serpente como o ser que “traz a
luz”, como fazem as seitas e sociedades esotéricas modernas.
A editora de Pullman é a Scholastic, um vasto império da mídia
que se descreve como “o maior publicador e divulgador de livros infantis do mundo,
incluindo o estrondoso sucesso Harry Potter®, Animorphs®, Goosebumps® e Clifford,
o Gigante Cão Vermelho® [...]. A Scholastic alcança 32 milhões de crianças, 45
milhões de pais, e praticamente todas as escolas dos Estados Unidos. A Scholastic
é uma empresa de multimídia, com um capital de 2 bilhões de dólares e 10.000 empregados,
que opera globalmente nos segmentos de educação, entretenimento e publicidade
[...] vendendo para crianças, pais e professores”. Isso é um autêntico exército
das trevas.
É compreensível que muitos cristãos estejam alarmados com o modo
como Pullman caracteriza Deus: um ser finito, débil, frágil, assustado e impostor
(muito parecido com o homem por trás da cortina em O Mágico de Oz). Contudo, muitos desses mesmos crentes dão apoio a
uma espiritualidade ecumênica, mística e baseada no ocultismo em suas próprias
igrejas – incluindo ioga, oração centrante e outras “disciplinas espirituais”
enganosas. É o Cavalo de Tróia de Satanás dentro da igreja, perseguindo o mesmo
objetivo que Fronteiras do Universo procura alcançar no mundo: questionar a autoridade e a suficiência da Palavra
de Deus, ao mesmo tempo em que olha para dentro, em busca do Eu.
Philip Pullman autografando seu
livro.
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Pullman revelou um pouco do que está em seu coração quando um repórter
perguntou qual seria o seu dimon pessoal, se ele tivesse um: “Provavelmente, seria
uma gralha ou outra ave da família dos corvos, porque esses são os pássaros que
normalmente se interessam por coisinhas brilhantes e vão pegá-las. Eles realmente
não sabem distinguir entre um anel de diamante e um pedaço de papel dourado,
desses de embrulhar bombons” (Pv 16.16).
Infelizmente, Pullman se traiu ao reconhecer sua incapacidade de
distinguir entre a inestimável sabedoria da Escritura e o “ouro de tolo” (1 Co
2.14). Sua abordagem “Frankenstein” da espiritualidade (costurando partes mortas
da religião com outras da “falsa ciência”) deu o sopro de vida a um Demônio de
proporções infernais. Ao criar um Deus magro e exaurido, que sofre uma “misericordiosa”
eutanásia em seu romance, Pullman mudou “a
verdade de Deus em mentira” (Rm 1.25) e mudou “a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível,
bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (Rm 1.23).
Rejeitando comparações com a trilogia épica de J. R. R. Tolkien,
Pullman insiste em afirmar: “O que estou fazendo é completamente diferente. Tolkien
teria odiado”. Embora os evangélicos estejam divididos a respeito dos méritos
de As Crônicas de Nárnia, a ira de
muitos deles se acende ainda mais diante do franco desprezo que Pullman tem por
C. S. Lewis, a quem ele agride juntamente com todos os cristãos: “Estou tentando
minar as bases da fé cristã. – diz Pullman – O senhor Lewis diria que estou fazendo
o trabalho do Diabo”. (Mark Dinsmore, The
Berean Call - http://www.chamada.com.br)
*. No original inglês, “daemons”,
outra grafia para “demons”, demônios. (N. da T.)
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