Família

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os Cegos do Castelo - Ciências e Religião

Como adoro música e ler as análises feitas das mesmas:



Os Cegos Do Castelo


Nando Reis

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou…
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos
Me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver
Venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou…
E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar…
Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim…
Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim…
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
E pro que eu sou
Oh! Oh! Oh! Oh!…
E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar…
Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim…
Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim
Oh! De mim!
E você e de mim
E de você e de mim…



domingo, 9 de dezembro de 2012

Poema- Tabacaria


Tabacaria 
  
            Não sou nada. 
            Nunca serei nada. 
            Não posso querer ser nada. 
            À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

            Janelas do meu quarto, 
            Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
            (E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
            Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
            Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
            Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
            Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, 
            Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
            Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

            Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
            Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
            E não tivesse mais irmandade com as coisas 
            Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
            A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
            De dentro da minha cabeça, 
            E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

            Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. 
            Estou hoje dividido entre a lealdade que devo 
            À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, 
            E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

            Falhei em tudo. 
            Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
            A aprendizagem que me deram, 
            Desci dela pela janela das traseiras da casa. 
            Fui até ao campo com grandes propósitos. 
            Mas lá encontrei só ervas e árvores, 
            E quando havia gente era igual à outra. 
            Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

            Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? 
            Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! 
            E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! 
            Gênio? Neste momento 
            Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, 
            E a história não marcará, quem sabe?, nem um, 
            Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. 
            Não, não creio em mim. 
            Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! 
            Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? 
            Não, nem em mim... 
            Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo 
            Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? 
            Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas — 
            Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas —, 
            E quem sabe se realizáveis, 
            Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? 
            O mundo é para quem nasce para o conquistar 
            E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 
            Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. 
            Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, 
            Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. 
            Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, 
            Ainda que não more nela; 
            Serei sempre o que não nasceu para isso; 
            Serei sempre só o que tinha qualidades; 
            Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma sem 
            Porta 
            E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, 
            E ouviu a voz de Deus num poço tapado. 
            Crer em mim? Não, nem em nada. 
            Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente 
            O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, 
            E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. 
            Escravos cardíacos das estrelas, 
            Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; 
            Mas acordamos e ele é opaco, 
            Levantamo-nos e ele é alheio, 
            Saímos de casa e ele é a terra inteira, 
            Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

            (Come chocolates, pequena; 
            Come chocolates! 
            Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. 
            Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. 
            Come, pequena suja, come! 
            Pudesse eu comer chocolates coma mesma verdade com que comes! 
            Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, 
            Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

            Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei 
            A caligrafia rápida destes versos, 
            Pórtico partido para o Impossível. 
            Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, 
            Nobre ao menos no gesto largo com que atiro 
            A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, 
            E fico em casa sem camisa.

            (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas, 
            Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, 
            Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, 
            Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, 
            Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, 
            Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, 
            Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê — 
            Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! 
            Meu coração é um balde despejado. 
            Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco 
            A mim mesmo e não encontro nada. 
            Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. 
            Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, 
            Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, 
            Vejo os cães que também existem, 
            E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, 
            E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

            Vivi, estudei, amei e até cri, 
            E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. 
            Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, 
            E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses 
            (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); 
            Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo 
            E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

            Fiz de mim o que não soube 
            E o que podia fazer de mim não o fiz. 
            O dominó que vesti era errado. 
            Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. 
            Quando quis tirar a máscara, 
            Estava pegada à cara. 
            Quando a tirei e me vi ao espelho, 
            Já tinha envelhecido. 
            Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. 
            Deitei fora a máscara e dormi no vestiário 
            Como um cão tolerado pela gerência 
            Por ser inofensivo 
            E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

            Essência musical dos meus versos inúteis, 
            Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse, 
            E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, 
            Calcando aos pés a consciência de estar existindo, 
            Como um tapete em que um bêbado tropeça 
            Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

            Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. 
            Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada 
            E com o desconforto da alma mal-entendendo. 
            Ele morrerá e eu morrerei. 
            Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos. 
            A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também. 
            Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, 
            E a língua em que foram escritos os versos. 
            Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. 
            Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente 
            Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como 
                Tabuletas 
            Sempre uma coisa defronte da outra, 
            Sempre uma coisa tão inútil como a outra, 
            Sempre o impossível tão estúpido como o real, 
            Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, 
            Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

            Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) 
            E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. 
            Semiergo-me enérgico, convencido, humano, 
            E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

            Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los 
            E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. 
            Sigo o fumo como uma rota própria, 
            E gozo, num momento sensitivo e competente, 
            A libertação de todas as especulações 
            E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

            Depois deito-me para trás na cadeira 
            E continuo fumando. 
            Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

            (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira 
            Talvez fosse feliz.) 
            Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela. 
            O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). 
            Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. 
            (O Dono da Tabacaria chegou à porta.) 
            Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. 
            Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo 
            Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu. 
 

Álvaro de Campos

análise do poema "tacabaria" de álvaro de campos
Datado de 15/1/1928, o poema "Tabacaria" enquadra-se na terceira fase poética de Álvaro de Campos, denominada a fase pessoal (Jacinto Prado Coelho) ou "Fase Pessimista", que vai de 1916 a 1935 (ano da morte de Pessoa). Desiludido dos esforços das fases anteriores, "Sensacionista" e "Futurista", Campos deixa-se cair num pessimismo intenso, marcado com um forte regresso das memórias da sua infância e a consciência de que ficou (e está) sozinho no mundo.

A linguagem é muito mais moderada do que nas fases anteriores. Campos assume-se agora como um poeta plenamente desiludido com a vida, e muitos dos seus poemas - como Tabacaria - ganham um ritmo deliberadamente lento e retrospectivo, em clara contraposição com por exemplo as grandes Odes do seu período futurista. 

O tema do poema é a dimensão da solidão interior face à vastidão do Universo exterior. A Tabacaria acaba por ser um símbolo que não temvalor próprio - verdadeiramente importante é que esse símbolo faz nascer em Campos a necessidade de analisar a sua própria existência face à existência da Tabacaria enquanto coisa fixa e real. 

Podemos imaginar Pessoa no seu quarto da Rua Coelho da Costa. Talvez nada disto tenha ocorrido, ou tenha sido um episódio real que se derramou para a literatura. Seja como for, há nisto um leit-motif muito próprio de Pessoa - a ligação do imanente e do transcendente, do real e do ideal, do eu e do vário. 

A própria simbologia do quarto e da janela versus a rua e a Tabacaria, representa essa oposição entre o "dentro" e o "fora", uma oposição dialéctica que parte em busca de uma síntese de compreensão. 

Mas ao longo de todo o texto, há uma noção clara de diálogo, mesmo sem personagens. É de facto um monólogo, onde Campos fala para si mesmo, e em evidentes momentos de quebra (passagens entre parêntesis) pára mesmo para pensar, intercalando ao discurso racional momentos de delírio momentâneo, irracionais, emocionais, mas complementares. 

Eu dividiria o poema em 5 partes. 

A primeira parte corresponde à primeira estrofe, onde é assumido uma espécie de vazio ontológico - "não sou nada", e a contraposição entre o nada exterior e o tudo interior ("tenho em mim..."). Na realidade o vazio ontológico é ilusório e aquele "nada" é apenas o assumir de não ser nada exteriormente - a nulidade não é verdadeiramente ontológica, mas fenomenológica. 

Na parte seguinte, estrofes 2-6, Campos estabelece a sua condição actual ao mesmo tempo que nos localiza - sabemos que está no seu quarto e a metáfora do quarto é a metáfora da sua condição humana. Ele é uma mente presa num quarto que olha a realidade do dia-a-dia por uma janela. Simples, mas ao mesmo tempo delicada, a simbologia marcante destas estrofes levam-nos à definição do "eu" de Campos enquanto ser só e abandonado à sua sorte. Ao transferir para metáforas reais os seus sentimentos, Campos concretiza poeticamente uma análise impossível através do raciocínio simples. Mas o que fica é sobretudo um sentido de oposição entre realidade (a rua, a Tabacaria) e irrealidade (a vida de Campos, o quarto). A ligação entre ambas é apenas uma janela, ou seja, permite uma interacção limitada, mas nunca uma passagem concreta de uma para a outra. Campos é um "falhado", mesmo que se saiba um génio - é afinal Pessoa que fala pela voz da Campos. Está vencido e sabe que nunca conseguirá ser feliz. 

Na quarta parte (estrofes 7-13), até à entrada do homem na Tabacaria, Campos justifica para si mesmo o rumo que tomou na vida e, deixando ainda tomar-se pelo desespero, olha as alternativas que lhe restavam para ser feliz. Aqui a contraposição já não é entre o real e o ideal, entre o fora e o dentro, mas entre ele e os outros, entre a sua condição e a condição dos outros. Choca-lhe sobretudo aqueles que vivem a sua vida numa inconsciência plena - essa é afinal em muitas das passagens de Pessoa, afinal o ideal inatingível de felicidade - porque os vê precisamente como os suas próprias némesis, os seus adversários, os adversários de quem pensa e se preocupa. Começa com a rapariga que come chocolates, suja, perdida na sua gula. Essa passagem é marcante e simples de analisar: "Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! / Mas eu penso". Mas sabe que isso está fora do seu alcance - ele não vai deixar de pensar. Resta-lhe uma atitude nobre vaga: os poemas. Uma atitude nobre que ele espera que o salve, não sabe bem como, de uma mediocridade intensa que lhe vem de não nada fazer sentido na sua vida. 

A quinta parte (estrofe 8 e seguintes) marcam o regresso da realidade. Campos deixa de "filosofar" quando um elemento real se intromete entre ele e a Tabacaria. Tudo se desmorona, porque tudo estava apenas no pensamento de Campos e nunca poderia ser real da mesma maneira que o Esteves é real. (haverá também afinal um nome mais real do que Esteves?). Passando subitamente a interveniente na realidade que analisava, Campos, assim que vê um conhecido e que depois lhe acena, deixa de poder estar fora da realidade para ser puxado violentamente para o meio dela. É assim que o Universo se reconstrói subitamente, sem metafísica, ou seja, sem dar mais azo ao pensamento e à análise - é só a verdade dos sentidos e não a idealização do pensamento. 





Fonte: Internet não lembro o site

Receita de Ano Novo! - Carlos Drummond de Andrade - Poemas Clássicos - Luso-Poemas

Receita de Ano Novo! - Carlos Drummond de Andrade - Poemas Clássicos - Luso-Poemas

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Outras Frequencias

Anfíbios - 6º série



Avaliação de Ciências

Os Anfíbios

Nome: ________________________________________________________ 6ª série

História "A princesa e o sapo"


Há muito, muito tempo, quando as fadas lançavam bons e maus feitiços, vivia um rei num reino distante que tinha várias filhas, todas muito bonitas. A mais nova, então, era tão linda que até o próprio Sol sorria quando lhe acariciava o rosto com os seus raios.
Perto do palácio havia um bosque cheio de recantos frescos por onde a princesa gostava de passear nos dias quentes. Costumava caminhar por um carreiro até junto de uma nascente. Entretinha-se depois a brincar com uma bola de ouro, o seu brinquedo preferido. Gostava muitíssimo dessa linda bola.
Certo dia, atirou a bola com demasiada força e esta acabou por cair num buraco muito fundo que a água da nascente escavara no chão.
A princesa ainda correu atrás dela, mas não conseguiu apanhá-la. Muito infeliz, começou a chorar. Chorou, chorou, sem parar.
- Porque choras assim, linda princesa? – Perguntou alguém. – Choras tanto que até as pedras se comovem com a tua infelicidade.
A princesa olhou em redor, mas não viu senão um sapo a espreitar com a cabeça fora de água.
- Ah, és tu que estás a falar, Sapo? – Perguntou ela. – Estou a chorar porque a minha bola de ouro caiu nesse buraco.
- Limpa as lágrimas e não chores mais. – Respondeu o Sapo. – Posso ajudar-te. Mas o que me dás se te trouxer a bola de ouro?
- Dou-te tudo o que quiseres, meu querido Sapo – respondeu. – Os meus lindos vestidos, os meus colares de pérolas e também a coroa de ouro que trago na cabeça.O Sapo nadou até ao fundo da nascente, agarrou na bola e voltou para a margem. Deu dois saltos e largou a bola aos pés da princesa.
A menina apanhou-a e correu para o palácio.
- Espera por mim! – Gritou o Sapo. – Leva-me contigo! Não consigo correr como tu.
Pobre Sapo! Estava a perder o seu tempo porque a princesa nem sequer olhou para trás. Nunca mais se lembrou dele… Muito triste, o Sapo voltou para a nascente.
No dia seguinte, quando todos se sentaram à mesa do palácio para jantar e a princesa saboreava as iguarias que tinha no seu prato de ouro, ouviu-se qualquer coisa a trepar com dificuldade as escadarias de mármore, fazendo um ruído estranho: ploque, ploque. Pouco depois, alguém bateu à porta da sala de jantar e uma voz gritou:
- Princesa, linda princesa, abre a porta!
A princesa correu a abrir. Assim que viu o Sapo, fechou rapidamente a porta e voltou a tremer de medo para a mesa. O rei percebeu a aflição da menina e perguntou-lhe:
- O que receias, minha filha? Por acaso está algum gigante atrás da porta, pronto para te levar com ele?
- Oh, não! – Respondeu a princesa. – Não é um gigante, é apenas um Sapo horroroso.
- Mas o que quer de ti esse Sapo?
Então a menina contou ao pai o que se passara no dia anterior.O Sapo continuou a bater à porta, dizendo:
- Princesa, linda princesa, abre a porta! Não te lembras do que me prometeste ontem junto à nascente?
- Minha filha, se prometeste, deves cumprir a promessa – disse o rei. – Abre-lhe a porta.
A princesa obedeceu e o Sapo entrou na sala aos saltinhos, avançando até à cadeira da menina.
- Agora pega-me e põe-me ao teu lado.
A menina hesitou, mas o pai obrigou-a a fazer o que o Sapo pedia. Assim que se viu sentado na cadeira, o Sapo quis subir para cima da mesa. Depois quis que a menina lhe pusesse na frente o prato de ouro e dividisse com ele o seu jantar.
Contrariada, a menina obedeceu. O Sapo repugnava-a e, por isso, não comeu quase nada.
- Não quero comer mais nada. Estou cheio de sono – disse o Sapo. – Leva-me para o teu quarto e deita-me na tua cama.
A princesa começou a chorar. O Sapo causava-lhe repugnância e nem queria imaginar que tinha de dormir na mesma cama que ele!
O rei ficou furioso com a atitude da filha:
- Não deves desprezar quem te ajudou quando precisavas! Obedece!Vencendo a sua repugnância, a princesa pegou no Sapo com a ponta dos dedos e levou-o para o seu quarto. Largou-o num canto e deitou-se. Mas o Sapo aproximou-se da cama aos saltinhos e disse:
- Estou muito cansado, princesa. Quero dormir na tua cama. Obedece-me, senão conto ao teu pai.
Furiosa, a menina pegou nele e atirou-o com toda a força contra a parede, gritando:
- Já estás satisfeito, Sapo nojento?
Assim que o Sapo bateu na parede, transformou-se num lindo príncipe. Olhou para a princesa com gratidão e ela percebeu que aquele era o noivo que o pai lhe tinha destinado e que estivera encantado na pele de um sapo.
O príncipe contou-lhe que uma fada má o enfeitiçara e que só ficaria livre se a filha de um rei aceitasse casar com ele, mesmo sob a forma de um sapo.Na manhã seguinte, o príncipe resolveu levar a noiva para o seu reino. Pouco depois, chegou ao palácio uma linda carruagem puxada por seis cavalos brancos, enfeitados com plumas de avestruz e arreios de ouro. De pé, na parte de trás da carruagem estava Henrique, o criado mais fiel do príncipe. Quando o seu amo fora transformado em sapo, o coração de Henrique inchara de dor e quase rebentara. Para que isso não acontecesse, tiveram que lhe pôr em volta do peito uns aros de ferro. Henrique estava agora muito feliz e ajudou o jovem casal a subir para a carruagem.
Passadas algumas horas de viagem, ouviu-se um estalo.
- O que aconteceu, Henrique? A carruagem partiu-se? – Perguntou o príncipe.
- Não, meu senhor – respondeu o criado. – O meu coração ficou tão cheio de alegria pelo vosso regresso que um dos aros de ferro acaba de estalar.
Mais adiante, ouviu-se outro estalo e depois outro. Eram os dois últimos aros de ferro em volta do coração de Henrique que acabavam de estalar. O rapaz estoirava de alegria por ver o seu amo livre do encantamento e muito feliz junto da sua noiva!
A viagem continuou e, quando chegaram ao palácio do príncipe, houve uma grande festa que durou uma semana.

A partir da histórinha q você leu construa uma história em quadrinhos, vai ai uma ajudinha com a imagem dos personagens em bonecos palito, o sapo você tem colado em seu caderno! Bom trabalho!























Aves - 6ª série

No conteúdo sobre as aves, em um dos últimos conteúdos escolhemos as aves do RS e cada aluno apresentou sua ave, sendo feito a pintura da mesma, em xerox. Para avaliar o estudo escolhemos um texteo de Viníucius de Moraes, após foram feitos questionamentos direcionados em relação a vida das aves, no caso dos pombos.

Prosa

De pombos e de gatos

Um dos meus grandes encantos em Florença, onde, em 1952, passei cerca de um mês, era ver da janela do meu quinto andar, no Hotel Nazionale, a madrugada toscana romper sobre a piazza Santa Maria Novella. Habituei-me de tal modo a isso que, nos meus hábitos de noctâmbulo, esticava a noite até o amanhecer, só pelo prazer de ver a luz rósea do sol florentino descobrir e incendiar os mármores da fachada da igreja de Santa Maria Novella, bem como o claustro verde que fica à sua esquerda e as elegantes arcadas do fundo, onde existem as terracotas de Andrea e Giovanni della Robbia. Mas o prazer desse minuto de luz acabaria por resultar monótono, não se lhe seguisse um dos mais extraordinários divertissements a que já me foi dado assistir, misto de balé, cinema e circo romano, sem falar que cheio de ensinamentos sobre a vida e arte de viver perigosamente.
O caso é que, aos primeiros vestígios de luz, começava-se a ouvir por ali em torno um brando ruflar de asas que, com o despontar do Sol, crescia num espesso burburinho ao qual vinham se unir doces arrulhos. E o ambiente, em suas cores rosa, verde, laranja e terracota, adquiria uma maciez de plumas; e logo asas brancas e trigueiras começavam a tatalar em largos vôos e algumas desciam em vôos rasantes; e toda uma população de pombos, habitantes daqueles mil escaninhos, como só pode proporcionar a arquitetura antiga, vinha pousar na praça.
A coisa ficava assim por uns poucos minutos; e em breve apareciam, infalivelmente, no belo logradouro, três padres e cinco gatos. Cabe dizer, em nome da verdade, que os padres chegavam bem menos sorrateiramente que os gatos e, estou certo, com intenções muito menos maléficas; pois se vinham os padres para se aquecer um pouco ao sol e ler seus breviários, os gatos surgiam, esgueirando-se das ruas laterais, para cumprir uma fatalidade do seu destino, que é de comer pombos. E com a malícia que lhes é peculiar, colocavam-se pacientemente em posições estratégicas, sob automóveis encostados ao meio-fio, à espera do momento azado para o bote.
Deus sabe que, entre gatos e pombos, eu sou francamente pela primeira espécie. Acho os pombos um povo horrivelmente burguês, com o seu ar bem-disposto e contente da vida, sem falar na baixeza de certas características de sua condição, qual seja a de, eventualmente, se entredevorarem quando engaiolados. Mas no caso especial da piazza de Santa Maria Novella, devo confessar que era torcida incondicional dos pombos; e só passei a torcer pelos gatos no final, quando, defrontado com a realidade de sua terrível humilhação, e provável neurose subseqüente, achei que não faria nenhuma falta à comunidade a desaparição de uma meia dúzia de columbinos, em beneficio do sistema nervoso dos pobres gatos. Pois era quase doloroso ver o fracasso constante de suas desesperadas tentativas de caçar um pombinho que fosse. E garanto que eles empregavam todas as técnicas tradicionais dos gatos, desde a paciente emboscada, até a carreira às cegas, com saltos desordenados para todos os lados.
Tudo em vão. Porque, a cada arremetida, os pombos limitavam-se a dar pequenos vôos que criavam verdadeiros túneis para os gatos, que os percorriam em furiosas e inúteis investidas. E o pior é que cada pombo, passado o rojão, pousava como se nada tivesse havido, e continuava na sua estúpida ciscação do chão da praça, na mais total indiferença diante de seu velho inimigo. Coisa que, positivamente, devia deixar os gatos loucos. Haja visto um que um dia eu vi, depois de numerosos ataques frustrados, a morder como um possesso o pneu de um Chevrolet, e por cuja sanidade mental não poria da maneira alguma a mão na Bíblia.

Música: Debaixo dos Caracóis dos teus cabelos

Por incrível que pareça não pra nenhuma mulher..

Foi pro CAETANO VELOSO, qdo estava exilado em Londres..confira a letra inteira...

PS* o que está em parênteses é tipo a "explicação"

Debaixo Dos Seus Caracóis
Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos

Um dia a areia branca (qdo ele voltar pra "casa")
Seus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos
A água azul do mar
Janelas e portão vão se abrir
Pra ver você chegar - -(parte que ele estava exilado)
E ao se sentir em casa
Sorrindo vai chorar (sorrindo de emoção ao voltar para o país)

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante (a história que ele tem pra contar do EXÍLIO)
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante (querer ficar por naum ter que viver tudo novamente)

As luzes e o colorido
Que você vê agora
Nas ruas por onde anda (a cidade que está morando)
Na casa onde mora
Você olha tudo e nada (olha td e se sente sozinho...)
Lhe faz ficar contente
Você só deseja agora
Voltar pra sua gente (voltar pro Brasil)

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso (essa estrofe retrata a saudade que RC, sente do amigo Caetano)

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante









Fonte: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060926075838AA8YBIj

Aparelho Reprodutor

e o Aparelho Reprodutor, conteúdo da 7ª série, aproveitei uma música antiga de 1995, escrita por Paulo Coelho, e que na época foi proibida, Ligeiramente Grávida, após apresentar a letra aos alunos fizemos um trabalho de interpretação.                     


















sexta-feira, 9 de novembro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Segredos de Gurias: Chapeus Verão 2012!!

Segredos de Gurias: Chapeus Verão 2012!!:             Oi meninas, desculpem-me pelo meu sumiço, andei doente durante esse tempo e estava impossibilitada de postar qualquer coisa, ...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Esqueleto - 7ª serie

5 Métodos Anticoncepcionais Imbatíveis

5 impressionantes métodos anticoncepcionais da antiguidade
Posted: 16 Oct 2012 03:26 AM PDT
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Antigamente as mulheres faziam uma pasta de acácia e casca de árvores e passavam em um tufo de algodão e usá-lo como um tampão que inserido dentro da vagina, impedia a gravidez. Tanto o algodão como a acácia têm propriedades espermicidas. A acácia fermenta e se transforma em ácido lático, enquanto o algodão servia de barreira entre o sêmen e o útero. Durante os tempos de escravidão, as escravas mastigavam raízes de algodão para prevenir a gravidez. A raiz de algodão diminui a produção de progesterona, um hormônio que é necessário para a gravidez.
O limão também já foi muito usado como espermicida. As mulheres da antiguidade costumavam ensopar esponjas em suco de limão e depois inseri-las na vagina (aiii!!!). Era o método preferido em comunidades judaicas antigas. Dizem era comum os homens usarem a casca de limão como uma espécie de diafragma em suas amantes. Banhar a vagina com suco de limão após o coito também era um método muito usado, apesar de não ser um método muito eficiente.
A cenoura-selvagem (Daucus carota), uma erva também conhecida como “Renda da Rainha” produz sementes que, há muito tempo, foram usadas como anticoncepcionais. Pelo que se sabe, as sementes bloqueiam a síntese de progesterona, funcionando como uma espécie de pílula do dia seguinte, que podem ser ingeridas até 8 horas após o contato com o esperma. Era um método muito usado pois ingerir as sementes causava apenas um pouco de prisão de ventre e quem fizesse o uso dela poderia ter filhos saudáveis depois sem nenhum problema.
O poejo (Mentha pulegium), também conhecido no Brasil como hortelãzinho usada pelos antigos gregos e romanos temperavam seus alimentos e seu vinho com ela. O chá de poejo era usado para induzir o aborto e a menstruação. Mas é preciso ter cuidadoIngerir muito do chá, no entanto, pode ser tóxico, levando à falência múltipla dos órgãos e naquela época muitas mulheres adoeciam por usarem o poejo em demasia.
Mamão bem verde era muito usado no sul da Ásia para prevenir a gravidez ou para induzir um aborto. As próprias sementes do mamão podem ser usadas como um “anticoncepcional masculino”. Segundo os estudiosos as sementes forem ingeridas todos os dias, a contagem de espermatozóides no sêmen pode chegar a zero. E quando pára de comer as sementes, a produção de espermatozóides volta ao normal.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Musicalidades -

Vaca Profana



Esta música é como a maioria das letras de Caetano, dá a impressão que entramos num mundo onírico de devaneios sem sentido, mas como puro símbolo, podemos interpretá-lo da forma que quisermos. Para mim, existem algumas frases que gosto de repetir com um sentido próprio. São elas: 

Primeiro:

“Vaca profana põe teus cornos para fora e acima da manada.”

Quando digo isso, estou me referindo a sair do comum, do comportamento “normal”, igual, esperado. Chamo as pessoas para sua particularidade, seu existir só. Ousar se antenar com outra realidade. Cornos são como antenas que nos ligam ao universo, ao todo. Para fora e acima é ser você é ter coragem de sobressair de ser único.

A outra frase famosa dessa música é:

“De perto ninguém é normal.”

Muita gente usa essa frase no sentido de que na intimidade vemos as imperfeições do outro, suas manias, medos, taras, seus desvios. Sim, na intimidade nos desnudamos da mascara/fantasia de seres absolutos, sem falhas. Mas o que eu mais gosto nessa frase é que ela dá uma volta na história da música, como se fosse um amadurecimento, um crescimento da pessoa, que passa a música toda desejando o mal para quem ele acha que está errado, julgando quem é careta, mas de repente ele se vê fazendo o mesmo, cometendo erros. Ele vê seu lado obscuro e percebe que a vida é branca e preta, meu bem e meu mal.

E de um salto pede igualdade para todos; “leite bom” para os da trilha e para os que se perderam. É uma redenção, uma compaixão, para si mesmo e para os outros. É o fim da arrogância. É o amor!

“Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo leite bom sobre os caretas...”


Para mim é uma música de crescimento pessoal, só alguém que visitou seus lados todos pode chegar ao amor. Então convido todos a terem coragem de colocar seus cornos para fora e acima da manada!

Cantem e dancem!

CAETANO VELOSO

Composição: Caetano Veloso
Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da man...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas
Segue a "movida Madrileña"
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Paus, Punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horiz...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los "puretas"
Quero que pinte um amor Bethânia
Stevie Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s blues
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca das divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas
Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo, um grande amor perdi
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas, estamos aí
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas estamos a...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas
Mas eu também sei ser careta
De perto, ninguém é normal
Às vezes, segue em linha reta
A vida, que é "meu bem, meu mal"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us plau"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Deusa de assombrosas tetas
Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas...