Família

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Contos de Fadas - Mundo Estranho


O lado obscuro dos contos de fadas

Conheça a origem sangrenta de algumas das principais histórias infantis

Muitos dos mais populares contos de fada, como Branca de Neve e Alice no País das Maravilhas, tiveram seus primeiros relatos banhados em sangue, sexo, fome e violência. Conheça os casos escabrosos que estão nas versões originais - e nada infantis de várias histórias da carochinha!
Piração no país das maravilhas
O universo surreal de Alice já serviu de inspiração para a ficção e até para a medicina!
Muitos dos mais populares contos de fada, como Branca de Neve e Alice no País das Maravilhas, tiveram seus primeiros relatos banhados em sangue, sexo, fome e violência. Conheça os casos escabrosos que estão nas versões originais - e nada infantis de várias histórias da carochinha!
O coelho atrasadinho e que está sempre estressado é interpretado como uma crítica do autor à repressora sociedade inglesa da época. Ironicamente, é ele quem atrai Alice para um mundo mágico e sem nexo em que há liberdade para os indivíduos interferirem nos rumos da sociedade.

Tá tudo azul para a lagarta que Alice encontra fumando num baita narguilé. A geringonça e o fato de o bicho falar lentamente, "viajando" e filosofando, são até hoje associados ao consumo de ópio. A droga, que atualmente é ilegal, tinha uso medicinal na época da publicação do livro, em 1865.
A lagarta doidona explica que comer do cogumelo em que está sentada pode fazer Alice crescer ou diminuir de tamanho. Há quem veja nisso uma clara referência a cogumelos alucinógenos, embora não haja indícios, dentro ou fora da obra, relacionando o autor ao consumo dessa droga
O habitante mais alucinado do País das Maravilhas aparece e desaparece em vários momentos da trama, seja de corpo inteiro, seja mostrando apenas algumas partes, como o sorriso. Especula-se que o gato possa ter surgido das terríveis enxaquecas do autor Lewis Carroll, que relatou vários episódios de alucinação em seus diários.
Alice topa com o Chapeleiro Maluco em um tradicional chá das cinco inglês. Na época em que a história foi escrita, muitos chapeleiros enlouqueciam de fato, por causa da exposição ao mercúrio usado na confecção dos chapéus. Os sintomas eram tremores nos olhos e membros, fala confusa e alucinações. O personagem serviu até de inspiração para um inimigo do Batman.
O dodô, ave extinta no século 17, é interpretado como uma caricatura do próprio Lewis Carroll, cujo nome real era Charles Dodgson. Para variar, o autor aproveitou o personagem para dar suas alfinetadas. O dodô organiza uma corrida sem rumo, que não chega a lugar nenhum, como nas reuniões políticas desde aquela época.
A Rainha de Copas é outra caricatura da sociedade da época, mais precisamente da rainha Vitória: apesar de sua importância no reino inglês, sua autoridade não valia nada diante do Parlamento e do primeiro-ministro. Do mesmo jeito, no País das Maravilhas o bordão "cortem a cabeça dele!", da Rainha de Copas, nunca é cumprido de fato.
Para muita gente, Lewis Carroll escrevia sob efeito de drogas. Uma lenda urbana engolida por muita gente é a que especula sobre o uso de substâncias alucinógenas por Lewis Carroll. Os rumores se baseiam na narrativa piradona e em elementos que remeteriam ao universo das drogas, como o narguilé e o cogumelo. Há quem jure que a inspiração do autor vinha do LSD, esquecendo-se que a droga só surgiu em 1938, décadas após a primeira edição da obra. Além disso, a complexidade dos enigmas lógicos e matemáticos dispostos ao longo do texto indicam que o autor escrevia lúcido. Sem falar que nada na biografia de Carroll sugere qualquer experiência com entorpecentes.

* Fontes: Pentameron, de Giambattista Basile; Childrens and Household Tales, dos irmãos Grimm (edição de 1810 e de 1857); Yeh-hsien, conto da tradição chinesa; A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen; Da Fera à Loira, de Marina Warner (Cia. Das Letras).
Vermelho cor de sangue
A tonalidade mais chamativa na roupa da doce Chapeuzinho combina com uma história cheia de violência, canibalismo e insinuações sensuais.
A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. "A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração", diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra.





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